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Bruxismo

Bruxismo

09/10/17 - Odontologia

O bruxismo  é um hábito parafuncional que leva o paciente a ranger os dentes de forma rítmica durante o sono ou durante o dia. É observada em pacientes de todas as idades. Ocorre em cerca de 15% a 30% das pessoas. Pode causar desgastes nos dentes e agir como um dos fatores causais das dores de cabeça e distúrbios da articulação temporomandibular.

Ranger os dentes à noite e apertá-los durante o dia formam um problema progressivo que o paciente frequentemente não nota e só é percebido se prestar atenção na própria tensão muscular ou se o rangido noturno é escutado por outros, normalmente parentes próximos como pais, irmãos e esposos.

O diagnóstico geralmente é feito depois de surgirem algumas complicações como desgastes nos dentes, dores na musculatura mastigatória, estalidos nas articulações, perdas ósseas na mandíbula e maxilar, travamento das articulações temporomandibulares etc.

O bruxismo é uma atividade parafuncional de etiologia multifatorial. Dawson, em 1980, atribuía o bruxismo exclusivamente a fatores oclusais, considerando as interferências oclusais como fator desencadeante; hoje, entretanto, há relatos de ser imperativo considerar significativa a influência do estresse.

Os estudos mais atuais, sugerem que os fatores Maloclusão + Estresse (Fatores Psicológicos), isoladamente ou em conjunto, são os desencadeadores do bruxismo, associados diretamente aos limiares individuais, que levam duas pessoas a responderem de forma distinta, quando submetidas a um mesmo estímulo , e até uma mesma pessoa a responder de forma diferente ao mesmo estímulo em momentos diferentes de sua vida .

O bruxismo pode provocar conseqüências desastrosas ao Sistema Estomatognático(SE), além de poder levar o paciente a desenvolver vícios posturais e problemas psicológicos, num estágio mais avançado, tornando-se cíclico . O desgaste da estrutura dental ou dor , normalmente, é o alerta primário para a presença do dano. Além disso, o desconforto de familiares também pode ser um alerta para o problema, no momento em que identificam ruídos durante o sono do paciente, decorrente da atrição. Isto, muitas vezes não é percebido pelo portador. Quando a presença da parafunção é acompanhada de sintomatologia, a dor pode se manifestar em diversas estruturas do S.E. como músculos da mastigação e das têmporas, articulação temporo-mandibular ou até nos próprios dentes. Quando isso ocorre, com frequência, o paciente procura precocemente o tratamento, antes que resulte em grandes danos para a estrutura dentária; entretanto, quando ocorre uma adaptação fisiológica dessas estruturas, o maior prejudicado é o próprio dente, que vai perdendo estrutura (esmalte e dentina) de maneira gradativa. Porém, com menor frequência o paciente apresenta destruição das estruturas periodontais, representada pela perda óssea, resultando em mobilidade, pericementite e até abscesso periodontal, podendo em alguns casos evoluir para um comprometimento da polpa, resultando em pulpite ou necrose pulpar, tudo isso, associado à dor ou desconforto, e, em estágios avançados, perda do elemento dental. Ainda em relação aos sinais, no elemento dental, o que se observa, além da presença de facetas, é a formação de trincas, erosão cervical, fraturas coronárias ou de restaurações.

Quando noturno, o bruxismo envolve movimentos rítmicos semelhantes aos da mastigação, com longos períodos de contração dos músculos mandibulares, podendo ser a causa da dor muscular e da fadiga. Um alinhamento incorreto dos dentes e o fechamento inadequado da boca costumam estar presentes em grande parte dos casos. A doença pode atingir qualquer pessoa, não tendo relação direta com a faixa etária. A incidência é maior nas mulheres que nos homens no caso do bruxismo diurno, e de incidência igual entre os gêneros no caso do bruxismo noturno.

O bruxismo diurno, que é caracterizado por uma atividade semivoluntária da mandíbula de apertar os dentes enquanto o indivíduo se encontra acordado, onde geralmente o ranger dos dentes está ligado a algum hábito ou tique, diferente do bruxismo noturno que é um ato inconsciente, enquanto o indivíduo dorme. Portanto é fundamental ressaltar que a pessoa portadora de qualquer tipo de bruxismo deve visitar constantemente seu dentista para evitar maiores danos, visto que a cura total para esse problema ainda é desconhecida. O esmalte dentário é o primeiro a receber os danos do bruxismo, causando assim o desgaste anormal dos dentes, podendo se estender até a gengiva, causando dor. Em dentes mais frágeis, sejam eles cariados ou tratados, a fricção pode provocar quebra e fissuras. As dores de cabeça tensionais são comuns nos portadores de bruxismo; elas surgem por contração excessiva dos músculos da mastigação, podendo atingir rosto, pescoço, ouvido e até ombros. Outro problema decorrente do bruxismo é dor na articulação temporomandibular (localizada no osso do crânio e mandíbula). Esta também pode sofrer estalos, travamento, restringir a abertura da boca e desviar para o lado ao abrir e fechar.

Os dentistas são os profissionais indicados para fazer o diagnóstico e o tratamento do bruxismo.

O primeiro passo é reconhecer o problema e tentar achar suas causas no dia a dia. As terapias mais empregadas atualmente para o alívio dos sinais e sintomas da articulação temporomandibular associada ao bruxismo é a utilização de placas interoclusais e a aplicação de toxina botulínica nos músculos da mastigação. Essas placas reduzem a atividade dos músculos durante a noite e protegem os dentes dos desgastes provocados pelo hábito.

A toxina botulínica, conhecida como botox, já é um meio seguro para o tratamento do bruxismo. A toxina botulínica ganhou fama nos tratamentos estéticos por retardar o surgimento de marcas de expressão, mas tem conquistado espaço na odontologia no tratamento do sorriso gengival e para diminuir dores que podem ser provenientes do apertamento dentário, aliviando as dores de cabeça e relaxando os músculos da face.

Outro passo importante é diminuir a tensão psicológica. Os distúrbios psiquiátricos como depressão e ansiedade devem ser aliviados e medicados, se necessário, através da psicoterapia. Há uma conciliação entre o tratamento na parte física e psíquica que dão origem ao bruxismo visto que este é resultante de ambos os lados, ou seja, a psiquiatria juntamente a psicoterapia na questão psíquica devem andar paralelamente com o tratamento corretivo na parte física feito pelo Dentista (cirurgião-dentista) visto que os pacientes terão maior amparo médico.

Hábitos como mascar chicletes, morder ou apertar objetos devem ser considerados como um vício concomitante do bruxismo e, portanto, eliminados durante o tratamento. Quanto ao bruxismo em vigília, o paciente deve ser aconselhado a criar o hábito de desencostar os dentes. Quanto ao bruxismo durante o sono, o paciente deve ser orientado a utilizar um dispositivo interoclusal de cobertura total para proteção ao desgaste oclusal pela atrição noturna. O portador de bruxismo deve visitar constantemente o dentista, para que seja acompanhado pelo profissional.