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Dentes do siso: quando extrair?

Dentes do siso: quando extrair?

19/12/16 - Odontologia

Dentes do siso: quando extrair?

Cirurgião explica porque os terceiros molares humanos podem se tornar um problema

Os terceiros molares permanentes, conhecidos também como sisos, são os últimos dentes a erupcionarem na boca do ser humano, ocorrendo por volta dos 17 aos 22 anos. Porém, o que acontece muitas vezes, é que, devido à falta de espaço na arcada, esses dentes geralmente não erupcionam , ou ao menos não o fazem totalmente, acarretando uma série de problemas ao paciente.   ” Nos primórdios da humanidade, a arcada dentária era maior, e os dentes à frente do siso eram naturalmente desgastados, oferecendo espaço para a erupção deste. Com a evolução, nossos ossos diminuíram, e  nossa alimentação é mais branda, não sobrando espaço para este dente se acomodar na arcada” – explica o Dr. Alessandro Farret, mestre e especialista em Cirurgia Maxilofacial. Hoje em dia, admite-se que existam muito mais motivos para extrair o siso do que não extrair, conforme  a experiência dos profissionais na área e da literatura sobre esse assunto.

                A presença do terceiro molar na cavidade bucal dificulta muito a higiene do periodonto ( gengiva ) naquela região, assim como do segundo molar, dente logo à frente do siso, ocasionando cáries e doença periodontal em ambos os dentes, podendo levar a perda destes, assim como uma inflamação atrás do siso inferior chamada pericoronarite, um quadro clínico que pode se tornar muito complicado, cujo tratamento definitivo é a extração do siso adjacente. Também é praxe realizar a extração dos sisos ao final do tratamento ortodôntico ( quando se remove o aparelho ), para evitar que os dentes apinhem novamente.

                Outra razão para extração seria prevenir cistos e tumores na região maxiofacial (maxila e mandíbula). Como muitos autores argumentam, o dente não foi feito pra ficar preso no osso, e quando assim permanece, as estruturas vizinhas, osso e tecido mole reagem de diferentes formas, podendo se desenvolver neoplasias agressivas, por vezes malignas nessa região, cujo tratamento dessas pode ser extremamente radical, com secção dos ossos da face do paciente.

                Um dos maiores problemas para o diagnóstico, é que muitas vezes toda essa situação é assintomática ( não apresenta dor nem inchaço ), levando o paciente a não procurar tratamento pois entende que está tudo bem.  Por isso, é fundamental fazer um controle radiográfico periódico, a fim de se determinar o grau de desenvolvimento do dente do siso, sua posição, e assim sendo, prever a melhor época para extração. Alessandro afirma que a cada ano, todo paciente deveria realizar uma radiografia panorâmica como controle. É barato e rápido, com uma tomada radiográfica se tem uma visão de todos os dentes e ossos adjacentes, onde podem estar ocorrendo abscessos, tumores ou outros processos inflamatórios.

Deve-se ter em mente que a cirurgia de exodontia do siso é uma extração bem mais complexa que a usual, portanto, deve ser realizada por um cirurgião maxilofacial capacitado para diagnosticar e proceder com a extração. É muito importante não esperar os sintomas aparecerem, a cirurgia é bem menos traumática quando realizada livre de inflamação ou alterações.